Por Elsyen Maryan – Psicóloga do Núcleo Dra. Fernanda Nathalia

Sempre que eu ouço essa palavra, eu penso em esperança. O cérebro humano, não é algo estático, ele possui movimento. A neuroplasticidade me traz uma ideia de esperança por causa desse dinamismo. Aquilo que é estático encontra seu fim em si mesmo, enquanto o movimento não tem fim. Então, quando eu falo de movimento, também falo de possibilidade, e a existência da possibilidade gera esperança.

Mas então, o que é neuroplasticidade? A neuroplasticidade também conhecida como plasticidade neuronal, é o conceito que explica a capacidade do cérebro humano de se modificar ao longo da vida. Durante muito tempo, a ciência afirmou que o cérebro parava de se desenvolver a partir do momento em que estava completamente formado, o que ocorre no início da vida adulta, na juventude.

Hoje sabemos que isso não é verdade e que o cérebro humano tem a capacidade de se desenvolver ao longo da vida toda. Essa capacidade não é a mesma em todas as fases da vida; quanto mais jovem o cérebro, maior será sua plasticidade, isso explica por que as crianças aprendem mais facilmente do que os adultos, por exemplo.

Essa plasticidade acontece devido às sinapses. As sinapses são as conexões que nosso cérebro faz quando recebemos novas informações. Sempre que aprendemos algo novo, seja algo mecânico ou intelectual, acontece a formação de novos neurônios; esse processo é chamado de neurogênese, e é essa capacidade de reorganização cerebral diante das mudanças do ambiente que chamamos de neuroplasticidade.

E o que isso tem a ver com terapia? A terapia pode te oferecer um ambiente seguro para desenvolver essa neuroplasticidade. Durante o processo de redescoberta de si, algo comum na terapia, o seu cérebro pode criar novas sinapses através dos insights que surgem nesse processo de aprendizagem. Essa forma nova de se pensar pode também trazer uma nova forma de agir. E assim, surge um movimento, surge esperança.

Porém, também acredito ser importante destacar que não é somente ao descobrir algo sobre si e alterar a sua química cerebral que você vai mudar. O sujeito precisa querer mudar. E a clínica não é um lugar de cobrança, é um lugar de acolhimento. Está tudo bem também escolher permanecer no mesmo lugar. Mas é inevitável perceber que mesmo escolhendo não mudar, você mudou, porque agora você tomou uma decisão consciente de estar onde está porque quer estar e isso é maravilhoso.

Portanto, a neuroplasticidade é o que traz esperança no processo terapêutico. Cada cérebro funciona de uma maneira diferente, porque cada indivíduo passou por experiências diferentes e fez sinapses diferentes. Se o seu desejo é conhecer melhor sobre a forma como o seu cérebro funciona e assim poder escolher de forma assertiva o que deseja fazer com isso, faça terapia.


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